Apesar da pesquisa ter sido realizada em 2010, creio que não tenha mudado muito a realidade
Pesquisa da FGV, encomendada pelo Ministério da Cultura, revela o perfil das Bibliotecas Públicas Municipais (BPMs) de todo o país. Mapeamento permitirá o aperfeiçoamento das políticas para o setor.
Brasília, 30 de abril de 2010 – O 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais mostra que, em 2009, 47% dos municípios maranhenses possuíam ao menos uma biblioteca aberta, o que corresponde a 102 bibliotecas em 101 municípios. Em 25% dos casos as BPMs ainda estão em fase de implantação ou reabertura e 29% estão fechadas, extintas ou nunca existiram. Trata-se do segundo pior índice do país, atrás apenas do Piauí (34%). Considerando apenas aquelas que estão abertas, são 1,63 bibliotecas por 100 mil habitantes.
O levantamento aponta que as BPMs emprestam 52 livros por mês e concentram acervo entre 2 mil e 5 mil volumes (63%). Menos da metade possui computador com acesso à internet (19%) e somente 16% oferecem este serviço para o público. Os usuários frequentam o local 1,5 vez por semana e utilizam o equipamento preferencialmente para pesquisas escolares (79%). Quase todas funcionam de dia, de segunda à sexta (99%), algumas aos sábados (3%) e nenhuma aos domingos. No período noturno, 25% estão abertas aos usuários. A maioria dos dirigentes das BPMs são mulheres (79%) e menos da metade tem nível superior (45%).
Foram pesquisados todos os 5.565 municípios brasileiros. Em 4.905 municípios foram realizadas visitas in loco para a investigação sobre a existência e condições de funcionamento de BPMs, no período de setembro a novembro de 2009. Os 660 municípios restantes – identificados sem bibliotecas entre 2007 e 2008 pelo Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas e atendidos pelo Ministério da Cultura (MinC), por meio do Programa Mais Cultura, com a instalação de BPMs – foram pesquisados por contato telefônico, até janeiro deste ano.
O Censo Nacional tem por objetivo subsidiar o aperfeiçoamento de políticas públicas em todas as esferas de governo – federal, estadual e municipal – voltadas à melhoria e valorização das bibliotecas públicas brasileiras. Segundo o levantamento, em 420 municípios as BPMs foram extintas, fechadas ou nunca existiram. Deste total, 62 estavam no estado. O MinC – por meio da Fundação Biblioteca Nacional, com recursos do Programa Mais Cultura – em parceira com as prefeituras municipais, promoverá a implantação ou reinstalação dessas bibliotecas, com a distribuição de kits com acervo de dois mil livros, mobiliário e equipamentos, totalizando pouco mais de R$ 3 milhões no estado. As BPMs receberão, ainda, Telecentros Comunitários do Ministério das Comunicações.
Maranhão é um dos estados que mais precisa de bibliotecas no país
O Maranhão é o estado com maior número de municípios no país que receberão os kits de implantação de bibliotecas: 62. A região tem 161 cidades sem bibliotecas – maior número nacional. Segundo a pesquisa, somente 47% dos municípios maranhenses possuem o equipamento. As cidades que não receberão kits já estão reabrindo ou implantando suas bibliotecas.
A região Nordeste tem uma média de 2,23 bibliotecas por 100 mil habitantes. No Maranhão este índice é de 1,63. A cidade maranhense com maior índice é São José de Ribamar (1,43). O pior índice do estado é em São Luís (0,20).
Maranhenses fazem mais pesquisa escolar que a média nacional
Os maranhenses usam as bibliotecas preferencialmente para fazer pesquisas escolares (79%), índice superior à média nacional (65%). Ninguém afirmou frequentar o estabelecimento para o lazer. O índice brasileiro é 8%.
Os assuntos mais pesquisados nas bibliotecas do estado são Geografia e História (92%); Literatura (88%); e obras gerais – enciclopédias e dicionários – (74%). A resposta a esta questão era de múltipla escolha e, portanto, a soma é superior a 100%.
Frequência dos usuários a biblioteca é menor que a média nacional
Segundo o levantamento, a média de visita ao estabelecimento é de 1,5 vezes por semana, abaixo do índice nacional (1,9/semana).
Acervo médio é entre 2 mil e 5 mil volumes
A maior parte das bibliotecas tem acervo de 2 mil a 5 mil volumes (63%). Nas demais faixas: com menos de 2 mil (21%), entre 5 mil e 10 mil (14%) e acima de 10 mil (3%). Na média brasileira, as bibliotecas têm acervo entre 2 mil e 5 mil (35%).
Menor média mensal de empréstimos da região
O estado faz menos empréstimos de livros (52/mês) que as médias regional (118/mês) e nacional (296/mês).
Quase nenhuma das BPMs oferece serviço para pessoas com deficiência
Nenhuma das BPMs oferece serviços para deficientes visuais (audiolivros, livros em Braille, etc), índice inferior ao nacional (9%). No caso de serviços especializados para surdos-mudos, deficientes mentais ou físicos, o índice é de 1%. A média nacional é 6%.
Número de BPMs que funcionam à noite é próximo à média nacional
À noite, 25% das bibliotecas maranhenses estão abertas, índice próximo à média nacional (24%). Segundo a pesquisa, a grande maioria dos estabelecimentos funciona de dia, de segunda à sexta (99%). O índice é igual ao nacional. Mas a pesquisa mostrou também que 3% abrem aos sábados – menos que a média brasileira (12%) – e nenhuma aos domingos (o índice nacional é de 1%).
Menos da metade dos estabelecimentos têm internet
O estado tem menos bibliotecas com internet (19%) que a média nacional (45%). Em apenas 16% das BPMs os usuários têm acesso à rede, inferior à média brasileira (29%).
Bibliotecas do Maranhão têm mais funcionários
As BPMs maranhenses têm mais funcionários (5) que a média brasileira (4,2). O levantamento mostra que 79% dos dirigentes das bibliotecas são mulheres e menos da metade tem nível superior (45%). No Brasil são 84% mulheres e 57% com nível superior.
Fonte: http://blogs.cultura.gov.br/pro-leitura/bibliotecas/maranhao/